sábado, julho 09, 2011

Carta à Marte

Você sabe o que é deitar pensando em alguém todas as noites?


Ontem à noite eu tive um sonho, eu via todas as pessoas que fizeram parte do nosso passado menos você. Instintivamente havia pegado o telefone para te ligar, mas não pude, meu medo me impediu, medo de que você não atendesse ao meu chamado, então acordei.
Em minha jornada de busca espiritual as suas lembranças me incomodam muito e há dias em que não as suporto sem chorar, mas de tudo eu sei que o que mais machuca é não saber. Não saber se você também sente isso, se você também não conseguiu esquecer. Espere mais um tempo, diziam as pessoas, as mesmas que agora, depois de tanto, tanto tempo, já não sabem mais o que falar. Ninguém pode me ajudar  a não ser eu mesma, e você.
Dizer eu te amo é fácil, mas a quem realmente você direciona essas palavras, o seu pensamento não estaria em mim? Eu gostaria de te perguntar essas coisas, de saber se a minha alma não deixa a sua por livre-arbítrio ou porque simplesmente é a sua que não deixa a minha.
Novamente o meu medo físico me impede de fazer uma simples ligação, de entrar em contato com essa dor, porém não é a dor espiritual a pior de todas? É preciso deixar um pouco o orgulho de lado, pois existe um momento na vida, quando se aprende a amar, que você finalmente amadurece e compreende que todo o resto não importa mais, que não importa quantas pessoas você beije ou diga que ama, o seu amor ficou congelado em outro lugar.
Nesse momento da minha vida eu entendi que eu não poderia ser feliz desse jeito, que só poderia reencontrar Deus em meu coração se passasse a aceitar esse amor, mesmo que ele tenha me magoado tanto e que eu acabei machucando também, entendi que o perdão leva tempo e que esse tempo já passou.
Então hoje, lendo algo que parece ter sido escrito para mim, eu decidi conversar com você, não fisicamente como o medo me impediu de fazer, mas falar com a minha alma para a sua alma. Eu conversei profundamente com Deus e pedi um sinal, uma chance para viver, ou para renascer. Eu busquei tua alma, os teus pensamentos e o teu amor, que continua aqui, para que volte ou me deixe ir.
E não é mais, desse modo, ao teu ego que eu peço nem ao meu, tão resistente e defensivo em todos esses meses de tortura, é à tua essência, àquela que tu teimavas comigo que não existia, mas a quem eu pude ver tão bem em nossos últimos dias, por favor, me escolha ou me deixe livre!
Agora eu decidi ficar só, travar essa luta interna com a parte de mim que não te quer largar, e apenas em Deus tentar aceitar a tua resposta, deixar que você entre em minha realidade e aceite o amor verdadeiro ou arrancá-lo dos meus sonhos para sempre, porque eu preciso de uma paz que só Ele pode me dar. Estou escutando, estou aqui só para escutar meu coração, e os sinais que virão. Liberta-me, de um jeito, ou de outro.

domingo, julho 03, 2011

Porto Seguro

Menino,
Comove com esse jeito de sorrir
Sem pressa
Chega com o vento
Parte com o fogo.

Amigo,
De olhos verdes e ombro suave
Escuta, escuta
Os meus desatinos
Aceita a razão incompreendida
E a loucura justificada.

Irmão,
Presente de maior tristeza
Passado de amor
Se sonhos não mentem,
No futuro abrir-se-á uma flor.

sexta-feira, julho 01, 2011

Fica


É um não sentir que provoca e preocupa.
É uma saudade de derreter com um toque.
É uma vontade de pintar uma aquarela no sorriso.
É um sonho de amar sem fim.
É tudo, enfim, bate e volta.
Fica!

As várias razões da razão

Hoje estou com vontade de fazer loucuras,
De beber o que não bebi,
De beijar quem eu tenho vontade,
De viver sem fronteiras.
A verdade é que nossos corações vivem prisioneiros,
Lutando por ideais que muitas vezes não nos pertencem
E o que queremos mesmo fazer
É matar simbolicamente quem acabou com a sua vida,
Dançar até cair,
Viver radicalmente.
Se eu pudesse, ah, se eu quisesse o suficiente...
Conheceria todas as culturas do mundo,
Falaria todas as línguas,
Teria amigos de todos os tipos,
Mas, acima de tudo, viveria sem pensar em preconceitos,
Dinheiro,
Religião,
Ou amor, esse amor que me arrancou metade,
Mas que ainda me mantém sã.
A loucura intensa, muitas vezes,
Nos acostuma à razão.

terça-feira, fevereiro 15, 2011

A Você...



A Você...
Que foi e voltou,
Ficou, mas não fica.

A Você que é brasa
Que a tudo esquenta,
Mas quando encosta fere.

A Você que é vento
Não como uma brisa suave,
Mas como um furacão que tudo arranca e destrói.

A Você que é inconsciente,
Que tudo quer revelar,
Mas não se importa em machucar.

A Você que é desejo,
Incomparável,
Insaciável.

A Você que é Lua
Que a tudo vê e ilumina,
Mas que esconde todos os males noturnos.

A Você que é Sol
Sem você, congelo,
Com você, queimo.

A Você que é saudade
Sempre sentida,
Nunca esquecida.

A Você que é meu amor
Por você eu vivo,
Por você eu morro.

A Você que nunca poderei ter,
Secretamente,
Sinceramente,
Único amor.