Um ponto obscuro é o meu guia e meu objetivo é o fim. No caminho há pouca luz, apenas o suficiente para perceber, ver. Nos meus pés cansados, vestígios de um caminho de pedras. Lama e cortes.
Não sei o que sinto, não sei quem sou. Vou correndo em direção ao vazio. A dor me acompanha fiel em busca também de seu próprio esconderijo. Por tempos ela mora em meu peito sem pagar aluguel e eu já não sei mais como viver sem ela.
Será que eu deveria esperar mais da vida? Será que lá, do outro lado, eu me encontrarei e te encontrarei? Sinto-me melhor caminhando no escuro, sabendo que não preciso parar, pensar ou falar algo sobre...
Eu não condenaria os suicidas, eles não conseguiram lidar com a dor. E quem nunca pensou nisso? Atrás de todas as circunstâncias nefastas há uma pancada após a outra da vida. Sofrer cansa.
Não quero submeter ninguém à minha tristeza. À noite eu caminho só, choro só, morro só, um dia após o outro. E a cada dia que passa eu gosto mais da escuridão do que da luz. Quem disse que a escuridão não pode ser boa?
Eu preencho a minha escuridão todos os dias com o amor que eu tenho e não posso dar. E ela é quente, segura e cada vez mais atraente. Eu me sinto tão só sem você!
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