domingo, abril 15, 2012

Toca


Toca. Estou inerte.
Sente as montanhas do meu corpo cobertas por um lençol de seda branco. Desliza as pontas dos dedos pelas linhas perfeitas das minhas costas. Encosta tua boca no meu ombro gelado, arrepia-me. Dá-me o calor do teu abraço.
Sorri. Apaga essa lágrima que insiste em cegar-me.
Provoca com a língua as covinhas do meu riso. Encanta-te com o som dos meus fios no travesseiro.
Para. Desliza. Perca-se.
Olha o meu corpo azulado à luz da lua cheia. Cheira minha pele profundamente, respira em mim, por mim.
Faz-me sentir em alto relevo. Faz-me ver em 3D de olhos fechados.
Toca a minha pele como uma pétala de rosa. Despedaça-me.
Leva-me até o mar de águas quentes, faz-me respirar a brisa suave da noite, aquela que traz força e esperança.
Toca.
Toca-me.
Toca a si.
Provoca. Sacia.
Queima a minha pele.
Marca o meu peito.
Salva-me do não sentir. Ama-me.

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