As paredes interiores não são sólidas, há rachaduras por todos os lados. De tudo que se vê, pouco se sente. Do que se sente, quase nada se suporta. Há um baque que ecoa enquanto me debato aqui dentro, quero ser salva, quero ser vida, quero ser eu.
A dor se soma, se prova e fica. Comprou o terreno e não quer ir embora. Onde está a sorte? No meio de tudo, onde estou? Eu?
Espero um resgate que nunca chega, de uma voz que nunca ouvi. Aguardo um carinho que nunca tive, a água de um mar que nunca bebi. A bengala em que me segurava quebrou, restam pedaços de uma madeira falsa. Segurar o meu peso deixou de ser tão urgente quanto sustentar meu vazio.
Peço ajuda, grito, suplico, ninguém vê? Tudo o que quero é viver. Uma chance, um voto, uma mão. O amor é a única coisa que sai, quem dera ele pudesse reverberar aqui dentro. Se eu me amasse como te amo sem sequer te conhecer mais do que a mim...
O que fazer com isso, como respirar? Como fazer com que percebam a minha dor, uma dor que é mais que psicológica, que já está se tornando crônica? Como pedir um pouco de confiança e fé? Estou tão cansada, quase tão morta por dentro quanto aparento estar viva por fora.
Deus, Deus, Deus, sussurra nos meus ouvidos a resposta: Deus, Deus, Deus, muda a minha história e as de tantas outras pessoas que estão nesse momento a se perguntar por que tamanho sofrimento, por que tanta dor e pouca fé no amor. Se de algo servir, se ajudar um pouco, existe outro alguém aqui que ainda acredita, que ainda sente, que ainda vive, mas quem sabe por quanto tempo mais... Ajuda-me, por favor, sozinha já não posso mais.
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