Hoje é Dia Internacional da Família, mais um daqueles dias em que refletimos sobre a importância das pessoas especiais a nossa volta, mesmo quando esquecemos disso na maior parte do ano. Pois bem, hoje eu refleti sobre esse tema e outros, que gostaria de compartilhar mais por aqui. A vida nos transforma e a sua constante é a mudança.
Não culpo o nosso esquecimento constante de quem sempre está ao nosso lado, os afetos familiares perpassam o tempo e os conflitos, de modo que não nos desesperamos, sangue é sangue, escolhas são escolhas. Temos tanta segurança de seu amor que não julgamos, nem esperamos um afastamento. Eles ocorrem, porém, como uma planta que morre ao não ser cuidada.
Há, um determinado momento da vida em que precisamos ponderar sobre o que recebemos ao longo de nossas experiências passadas e o que desejamos devolver ao mundo. O seu modelo de família é o que você quer reproduzir na sua vida pessoal ou você quer construir algo novo? É a sua família uma escolha, uma consequência ou uma determinação?
Quando pensamos no tema, as nossas lembranças mais profundas de nossos pais nos parecem as mais fortes, passamos toda a vida tentando reproduzir os seus padrões, ou tentando fugir deles, sem perceber que estamos nos direcionando para o mesmo caminho. Vivemos sob a influência das opiniões midiáticas sobre a família ou estamos olhando para dentro e analisando nossas verdadeiras intenções? Estamos buscando uma pessoa de acordo com os padrões de Deus ou de acordo com os padrões do mundo?
O medo de se definir família enquanto núcleo nos remete a um problema mais profundo, da ordem do inconsciente. Encontramo-nos cada dia mais direcionados para a cultura da (re)produção, procuramos sentir cada vez menos, pois as nossas emoções são consideradas falhas. Quem poderá sentir se pode (re)produzir? Quem terá tempo para dedicar ao presente e olhar para quem nos dedica tempo na vida? A tecnologia atual não nos permite parar, gerando uma expectativa cada vez mais alta de perfeição que nunca irá existir. Temos medo. Sim, vivemos aterrorizados com a possibilidade de passarmos a vida inteira com as mesmas pessoas, no mesmo emprego, na mesma casa... Muitas vezes, nem mesmo somos capazes de reconhecer a razão do nosso pânico interno, afinal, quem poderia se comprometer com uma família quando se pode ter o mundo inteiro como possibilidade? "Sim, estou sufocado."
Na vida adulta, enquanto tentamos nos estabelecer financeiramente, comprar o primeiro carro, conquistar o prazer e a responsabilidade da primeira residência e nos capacitar em uma velocidade cada vez maior, não paramos para pensar em que vai estar ao nosso lado, ou em quem sempre esteve. Essa pessoa: pai, mãe, irmão, amigo, amor, nunca perde o seu valor, nunca cobra por amor, dá, de graça, o que você tenta comprar com dinheiro e nunca vai alcançar.
A família é formada por aqueles que sustentam o nosso edifício enquanto todo o resto está desmoronando. E, se cair, reconstrói junto. Família é ser, é viver com a certeza de que aquela pessoa não pode sair da sua vida, pois o que você é se entrelaça com história dela. Podemos nos comprometer mais com a qualidade das nossas relações, com a importância que damos a elas em nossas vidas. Quantas vezes nos percebemos buscando agradar a todos menos a quem Deus nos concedeu como família? Construir um lar exige comprometimento, afeto, exige correr o risco de sermos escolhidos por quem escolhemos, e que maravilhoso risco! É desafiador andar nos caminhos de Deus, mas a fé não nos causa medo, nós nos permitimos senti-lo e nos privamos de ver as glórias Dele. Qual a atenção que você deu hoje ao seu projeto de vida familiar?
Concluo, pois, com o princípio:
Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.
Gênesis 1:28
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