segunda-feira, novembro 29, 2010

Viva

Como todos já sabem a vida é repleta de escolhas. O seu caminho só depende de você.
O problema é às vezes estamos tão acostumados a seguir um caminho que esquecemos que existem outros.
Acostumados a fazer tudo, a lidar com todos os tipos de frustrações diárias, a comer qualquer coisa em qualquer esquina por não ter tempo para passar em casa, a correr contra o tempo e a saúde para conseguir produzir artigos ou trabalhos PARA OS OUTROS e a, enfim, fazer parte de uma lógica que nos incentiva a não pensar no porquê de nossas ações controladas.
Não percebemos por onde estamos indo e, repentinamente, nos deparamos com a pergunta: com qual objetivo estou me submetendo a isso?
Não é para obter sucesso profissional, intelectual, financeiro, não, meus caros. Isso é o que diz a lógica sem lógica que nos quer cegar. Acredite: você vai morrer! Sim, você vai morrer um dia. Vejamos um exemplo: tenho 19 anos. Passei uma enorme parte desses 19 anos em uma sala de aula sem direito a ver a luz do sol ou sem pensar nas provas seguintes antes de dormir. A lógica diz que estarei na faculdade até os 23, trabalharei, casarei e, só então depois dos 30 poderei pensar em ter filhos. A partir daí terei que educar os filhos exatamente como fui educada: colocá-los em uma escola, faculdade, casá-los e prepará-los para que preparem outros. Então, terei direito a ter uma crise da meia idade e perceber que estou perto da morte e ainda não vivi!
E qual era a justificativa de viver nesse modelo mesmo? Ter sucesso financeiro e independência para finalmente poder aproveitar a vida! Desculpe, me recuso a ter direito a aproveitar a vida apenas com 50 anos.
Desabafo de uma pessoa que ao ficar doente uma única vez ao ano percebeu que não podia ficar doente porque tinha provas, trabalhos e horários a cumprir PARA OS OUTROS.

sábado, novembro 13, 2010

Apaixonar-se

Apaixonar-se exige confiança, entrega e perdão. Confiança para tentar de novo, entrega porque não se pode amar pela metade e perdão para não termos a ilusão da perfeição.
É fácil aprender da maneira mais difícil. Com o tempo você aprende que existe um poder intímo e intransferível: o poder da escolha!
Nós diariamente nos deparamos com opções e, às vezes, nos fechamos a elas por medo. O nosso medo é proveniente de experiências passadas, de feridas que nunca se fecharão.
Eu tinha uma crença: de que algumas coisas eram eternas. Hoje já não sei, tudo está em movimento...
Passei tanto tempo me torturando, lutando por um amor que não era amor... Sim, porque, como disse anteriormente, o amor envolve entrega, espiritualidade, conjunção astral! O amor é capaz de fazer o mundo conceder ao casal alguns desejos, o enlace dos destinos presentes e dos futuros. Quando um casal se apaixona todo o mundo sorri para ele, todas as dificuldades podem ser superadas com otimismo, cada beijo gera uma reação física que faz com que você sinta que descobriu o motivo de estar nesse mundo!
Pobres os que nunca amaram, pois embora amar possa nos tornar mais frágeis em separação, nos torna mais fortes em união. Infelizmente há muitas pessoas por aí que desejam profundamente mostrar ao mundo que o amor é uma bobagem, que as pessoas que o procuram são infantis e gostam de utopias. São essas mesmas pessoas as responsáveis por machucar tantos corações que acreditam, e acreditar na atualidade é um dom!
O importante é não se deixar contaminar pela incredulidade, é tornar as coisas reais dentro de nós, pois só aí pode haver verdade. Eu ainda estou lutando para que minhas feridas não fiquem tão expostas, e todos os dias eu tenho que lutar contra os seus efeitos, mas o que importa é que eu QUERO superar, eu PRECISO voltar a amar. Espero com calma, tenho muitas vidas pela frente pra ser recompensada e para pagar, assim como você as tem. Acredito em justiça, pois ela é equilíbrio, a minha virá algum dia.
Para essas pessoas, experiências. Para as cicatrizes que espalham, tempo. Para ensiná-las, amor... Ou a falta dele.

segunda-feira, novembro 01, 2010

Changing

É incrível como o tempo muda tudo! Será que eu ainda acredito que existem coisas eternas? Acho que mesmo as coisas que permanecem sofrem mudanças, passam por momentos em que necessitam estar mais sólidas do que nunca.
Há pouquíssimo tempo atrás, e digo pouquíssimo embora não pareça, eu via pessoas com vidas perfeitas, via destinos que estavam perfeitamente alinhados em uma direção, mas minha nostalgia leva-me a buscar saber o que aconteceu com aquela menina que era um sucesso na escola, ou com o menino que sofria com a perseguição dos coleguinhas.
Nunca fui lá muito sociável, sempre fui aquela a quem as pessoas juntam-se pela conveniência da nota 10, sempre me achei mais velha do que deveria para realizar certas atividades e observava com clareza a vida de meus extremos opostos.
A verdade é que, embora tudo ao redor mude, você não veria nada diferente se a mudança não houvesse acontecido antes dentro de você.
Há poucas coisas na vida que fazem com que eu sinta a vida, a vontade de respirar mais alguns anos. O crepúsculo nostálgico, as lembranças de meus avós, os cabelos negros e o sorriso da minha filha que um dia nascerá, saber que sempre haverá algo novo por aí apenas esperando para ser descoberto e a certeza de que num dia ou numa noite eu saberei a verdade onde ela se esconde, atrás da fronteira do invisível.
Perder gera sofrimento psíquico, não importa se foi um brinco ou uma pessoa querida, o que muda é a intensidade que se sente. Rompimentos são dolorosos porque representam a tal palavrinha proibida, aquela que não gostamos nem de pensar com medo de atrair... Eu conversava sobre morte, sim, MORTE, com minha avó, combinamos até as possíveis formas de comunicação após... Acredito que para tudo há uma razão e durante toda a vida lutamos para nos prender a coisas materiais provavelmente por termos a ilusão de que elas vão conseguir nos manter aqui, vivos.
Acontece que estar vivo às vezes é ter deixado uma marca boa no coração de alguém, que não importa em que cultura ou crença todos esperamos que nosso entes queridos "descansem em paz".
Enfim, o que é a morte senão renascimento para o desconhecido? Seja ela pessoal, impessoal ou relacional (relacional?), tudo é mudança. Não conhecemos o surgimentos dos planetas, das galáxias e tudo só vai ficando maior... Quem garante? Será que se fosse ao contrário teríamos medo de nascer e sofrer?
Enfim, esse post começou com uma intenção e terminou com tanatologia, mas quem garante que acabou?

Não considere nenhuma prática como imutável.
Mude e esteja pronto a mudar novamente.
Não aceite verdade eterna. Experiemente.
(B.F. Skinner)