segunda-feira, novembro 01, 2010

Changing

É incrível como o tempo muda tudo! Será que eu ainda acredito que existem coisas eternas? Acho que mesmo as coisas que permanecem sofrem mudanças, passam por momentos em que necessitam estar mais sólidas do que nunca.
Há pouquíssimo tempo atrás, e digo pouquíssimo embora não pareça, eu via pessoas com vidas perfeitas, via destinos que estavam perfeitamente alinhados em uma direção, mas minha nostalgia leva-me a buscar saber o que aconteceu com aquela menina que era um sucesso na escola, ou com o menino que sofria com a perseguição dos coleguinhas.
Nunca fui lá muito sociável, sempre fui aquela a quem as pessoas juntam-se pela conveniência da nota 10, sempre me achei mais velha do que deveria para realizar certas atividades e observava com clareza a vida de meus extremos opostos.
A verdade é que, embora tudo ao redor mude, você não veria nada diferente se a mudança não houvesse acontecido antes dentro de você.
Há poucas coisas na vida que fazem com que eu sinta a vida, a vontade de respirar mais alguns anos. O crepúsculo nostálgico, as lembranças de meus avós, os cabelos negros e o sorriso da minha filha que um dia nascerá, saber que sempre haverá algo novo por aí apenas esperando para ser descoberto e a certeza de que num dia ou numa noite eu saberei a verdade onde ela se esconde, atrás da fronteira do invisível.
Perder gera sofrimento psíquico, não importa se foi um brinco ou uma pessoa querida, o que muda é a intensidade que se sente. Rompimentos são dolorosos porque representam a tal palavrinha proibida, aquela que não gostamos nem de pensar com medo de atrair... Eu conversava sobre morte, sim, MORTE, com minha avó, combinamos até as possíveis formas de comunicação após... Acredito que para tudo há uma razão e durante toda a vida lutamos para nos prender a coisas materiais provavelmente por termos a ilusão de que elas vão conseguir nos manter aqui, vivos.
Acontece que estar vivo às vezes é ter deixado uma marca boa no coração de alguém, que não importa em que cultura ou crença todos esperamos que nosso entes queridos "descansem em paz".
Enfim, o que é a morte senão renascimento para o desconhecido? Seja ela pessoal, impessoal ou relacional (relacional?), tudo é mudança. Não conhecemos o surgimentos dos planetas, das galáxias e tudo só vai ficando maior... Quem garante? Será que se fosse ao contrário teríamos medo de nascer e sofrer?
Enfim, esse post começou com uma intenção e terminou com tanatologia, mas quem garante que acabou?

Não considere nenhuma prática como imutável.
Mude e esteja pronto a mudar novamente.
Não aceite verdade eterna. Experiemente.
(B.F. Skinner)

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